domingo, 5 de abril de 2015

O primeiro porre na frente dele

Ele ja fez 10 anos. Ele ja entende muito bem muitas coisas q eu escondo dele, coisas q não tem p esconder mas mesmo assim eu poupo ele de coisas q eu não gostava de ver na minha infância.
Meu pai nunca foi presente e/ou atuante na minha vida. Tenho poucas lembranças de fazermos coisas juntos. Lembro dele virando semanas sem parar de trabalhar final de semana e lembro q as folgas ele passava bebendo (em casa ou na rua) e se tivesse acordado em casa me torrava a paciência puxando conversa com perguntas idiotas. Eu nunca gostei de cebola. Não lembro se algum dia desejei comer, e isso me atrapalha a visa um pouco, pq parece q o mundo gosta de cebola e coloca em todos os pratos possíveis. Em TODAS AS REFEIÇÕES da minha vida, q tive com meu pai, ele me ofereceu cebola. Só quem ja foi sóbrio e teve q dialogar com um bêbado sabe o quanto isso é insuportável, imagine isso a vida toda...
Meu filho ja fez 10 anos, eu bebo desde q me separei da mãe dele e ele iria completar 6.
Antes q pensem merda eu digo q não comecei a beber por depressão ou algo assim devido a uma separação. Isso é bem típico dos humanos todos mas não aconteceu comigo. Eu comecei a beber pq queria sentir os prazeres descritos pelas pessoas q bebiam e digo com orgulho q senti e me apaixonei por cada um deles.
Durante um tempo minha regra era não beber na frente dele. Depois mudei para não beber muito na frente dele. Depois mudei para não passar mal na frente dele. Como não moro com ele (infelizmente) essa parte era fácil. Eu pego ele aos finais de semana alternados, então me sobra tempo p isso.
Tenho poucos amigos e ontem foi a mudança de um deles, e eu não tive outra ideia q não fosse ir ajudar a carregar caixas e moveis dele p dentro e depois p fora do caminhão. Era meu final de semana (o da páscoa) com ele então ele foi comigo. Ajudou ele no q pode e depois brincou pela rua deserta da casa nova desse meu irmão de vida. Depois de terminar de descarregar tudo, nos sentamos em roda e começamos a tomar algumas cervejas. Logo eram muitas latas amassadas aos nossos pés. Ele ainda brincava sozinho com sua imaginação pela rua deserta e estávamos ali. Chegamos ao final da tarde de outono e já eram quase 21 horas. Estávamos todos felizes com o álcool e decidiram em algum momento fazer uma carne assada. Ja estava eu muito mamado e mal lembro desses momentos. Saíram de carro atrás de tudo e deixaram eu e ele em casa. Eu não coordenava mais meus pensamentos e meus passos. Quando percebi eu acordara na cama do casal e todos ja estavam regressos a casa nova; o churrasco já estava acontecendo. Eu levanto e sento na porta o lado da irmã desse amigo q se mudou. Ela foi minha namorada quando adolescentes, um dos amores da minha vida. Ficamos ali de papo por horas mas eu não bebi mais nada de álcool. Tomava refrigerante com meu filho e conversava com todos q riam de mim não sabia eu pq. Depois me disseram q eu vomitei o banheiro todo, desmaiei vomitado na cama do casal isso em poucos minutos. E ele estava comigo. Q vergonha. P terminar de vez na saída ainda dei um abraço estranho por trás nesse amor passado. Ela nem deu bola mas em seguida ja me pesou a consciência por aquilo. Pedi desculpas a ela e ela entendeu e brincamos do caso.
No outro dia fui levar ele de volta a cidade vizinha, onde ele mora com a mãe. Eu queria pedir desculpas pela noite passada mas nem conseguia falar disso com ele. Q vergonha. Depois de muito tentar puxei o assunto e disse q eu tinha vomitado no vaso do banheiro. Ele disse q nem viu nada. Eu menti novamente e disse q o almoço não tinha me caido bem e q eu tinha feito muita força carregando tudo da mudança. Ensino ele a não mentir e minto p ele. Até q ponto isso é certo? Um dia descobrirei se errei ou acertei, mas espero q esteja acertando.
Espero mesmo....