sábado, 11 de fevereiro de 2023

Seriados Infinitos

Na minha juventude Eu nunca achei muita graça no seriados enlatados americanos
Claro que eu vi quase todos que passaram na TV aberta e que eu tive alcance 
Mas sempre achei muito mais legais os japoneses
Pois tinham muito mais uma Mística de poderes e Virtudes
Mas depois de uma quarentena e uma pandemia que obrigou 
A todos nós conscientes se trancar em casa
A menos de três anos atrás
Eu acabei descobrindo algumas séries que eu achei divertidas no streaming
E acabei desenvolvendo algumas críticas positivas em cima delas
Um detalhe que eu sempre achei interessante em quase todas
É quando a composição do cenário 
ou do Diálogo 
remete a fatos se passaram a muitos episódios
Como ser uma cozinha tivesse talheres ou pratos que foram muito importantes para algum enredo isolado de um episódio de duas temporadas atrás
Ou aquela camiseta que é usada agora como pijama, já bem surrada
Tenha sido algum ponto crucial de um debate alguns Episódios passados
Estava olhando ao redor da minha sala e percebi alguns pontos similares
Tem uma cadeira à minha esquerda onde tem o meu instrumento Predileto do passado
Um baixo Jennifer, que eu colei um adesivo escrito "peligro" por cima do logo oficial da marca
E acabou se tornando um baixo da marca Peligro
E tantas outras alterações que tem no corpo dele
E lembrei que esse foi o instrumento que eu toquei em shows e eventos por mais de 5 anos 
Apesar de ter gravado apenas um disco
Observei uma Bandeira Negra presa a janela para que não entre mais luz
A bandeira é da banda OBTUARY
Nem sou tão fã da banda mas como foi presente acabei por usar ela como cortina
Acho que isso já tem mais de 10 anos
Logo depois fiquei observando a minha Caloi 10
Bicicleta que foi meu principal veículo de transporte durante mais ou menos uns 8 anos
Observei minhas guitarras penduradas na parede e pensei o quanto já toquei e gravei com elas
Observei a principal capa de guitarra
Que justamente está jogada por cima da bicicleta
E na capa está costurada a estampa de uma camiseta
E um grande amigo meu da adolescência usava sem parar
Depois de muito tempo trocou comigo por uma tatuagem que eu acabei nunca fazendo nele
E depois disso perdemos o contato até então
Fora os inúmeros cartazes de filmes e shows que estão colados na parede
Fotos de Bandas e desenhos animados pendurados por toda parte
Líder socialistas da América Latina e grandes heróis japoneses
Para qualquer lado que eu olhe na minha sala eu vejo memórias estampadas
E junto com todas as minhas tatuagens amontoadas por todo o corpo
Lembro de uma frase que eu costumo dizer seguido para as pessoas que me ouvem:
 -Tudo na minha vida tem uma história, basta ouvir.
É como o seu diretor de arte do seriado que é a minha vida
Tivesse pego um ângulo aparato de toda a história
Para construir este cenário tão complexo e rico em detalhes
Mas a mesinha da TV
Que tem o crânio de bode que eu achei na estrada
E mais alguns brinquedos de heróis que eu conquistei ao longo da vida adulta
Junto com uma grande boneca da Mônica que eu ganhei de uma amiga virtual
Tudo contempla um grande cenário fixo da minha vida que é a minha sala
Até os meus 34 anos esse cenário era o meu quarto
Isolado do resto da casa apática em que eu morei digo isso de todas as inúmeras casas que eu morei
Cálculo que tenham sido quase 20
Desde meu nascimento até os 34 anos de uma vida adulta
Sempre era o quarto que tinha a minha cara e o resto da casa padronizada como todas
Agora Sinto muito orgulho da composição do cenário que se tornou a minha sala
É a primeira peça em que se entra quando passa pela porta do apartamento no terceiro andar onde eu moro
E por mais distante e desconhecida que seja a visita
Percebe imediatamente Onde está entrando logo no primeiro segundo
Pode parecer uma coisa boba e infantil
E eu sinto até um certo orgulho de parecer infantil nesse momento
Mas considero um excelente Troféu
Ter esta sala tão bem montada pelo diretor de arte na minha vida
Que muitas pessoas carinhosamente chamariam de "bagunça"
E foda-se!