quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Sonhos

 me peguei agora há pouco admirado em terceiro o quanto que os sonhos mudam ao longo dos anos

 não sonhos que temos dormindo e pensando que aquela loucura toda é a realidade

 e sim os sonhos que temos achando que um dia teremos um mundo melhor 

uma vida melhor e mais tranquila

 E quem lembrando dos Sonhos de infância de ter aqueles equipamentos que eu via nos filmes e nos desenhos animados

 depois o sonho de adolescente de um dia ter uma banda famosa ter o sucesso reconhecido pelas medidas

( na época eram a TV, o rádio e as revistas e jornais)

 depois a vida adulta sonha com algum prêmio milionário que vai fazer com que tu consiga parar de trabalhar alguma época da sua vida

 e os anos vão passando e cada vez que tu te imagina ganhando o prêmio milionário

 porque imagina numa localização e numa situação diferente

 morar fora do país

ter uma vida secreta e farta

ter uma vida de ostentação e fama

 ter uma vida migratória

 pelo o negócio próprio bem sucedido

 ter uma formação acadêmica de nível superior e invejável

 ter inúmeros bens que causem todo aquele conforto que tu vir nas propagandas

 em que as famílias ou mesmo as pessoas solitárias tem uma vida tão boa que nem parece que estão no mesmo planeta e no mesmo meio social que nós todos

 definitivamente os sonhos vão mudando

 com o passar dos anos eu percebo

 que esse sonho surreal conseguir milagrosamente 

capital o suficiente

 para conseguir nunca mais ter que trabalhar

 nem sequer trabalhar para o meu próprio negócio

 cada vez mais percebo que isso é um sonho longe da realidade

 realmente Um Sonho Distante

 inalcançável

 o sonho de um adulto para uma vida dela adiante se torna mais "pé no chão"

 hoje em dia sonho apenas com uma moradia que não dê muito trabalho para limpar

 que me seja confortável nos dias de descanso

 que um dia eu tenha saúde o suficiente para ainda fazer o que eu gosto

 nem que seja acabar com a minha própria saúde

 sonho também com o dia em que a minha ansiedade seja coisa do passado e motivo de piadas internas e a minha própria cabeça

 sonho com meu  filho tendo uma vida própria de acordo com o que ele realmente desejasse

 isso o tornaria automaticamente "bem sucedido”

 não sei mais o que pensar

 como passar dos anos a vida futura prefeita se torna tão simples 

E essa minha vida de Sindicalista pensando sempre no bem maior

 e comum para todos

 fico cada vez mais horrorizado

 percebendo que poucas pessoas terão isso na vida mais madura

 fico percebendo também que esses pensamentos vem na minha cabeça principalmente

 nessa maldita época de final de ano

 onde todas as ideias bizarras vem em mente ao mesmo tempo

 acho cada vez mais na vida adulta a gente percebe que realmente a vida vai ter um fim

 fica refletindo o quanto que realmente vale a pena lutar

 o quanto que realmente vale a pena sofrer

 para ter aquela vida perfeita do comercial de margarina

 um dia família toda senta no café da manhã

 na mesa tem diversos alimentos que elas nem sequer tocam

 Por que a abundância de suprimentos é tanta e elas não percebem o quanto de riqueza tem uma mesa cheia de comida

 o comercial segue com todos felizes 

tendo refeições saudáveis

 com dentes brancos perfeitos

 sorrisos brilhantes em seus rostos

 e uma realidade tão utópica que apenas uma pequena margem da burguesia do país conseguem alcançar

 meu sonho de vida perfeita aos 37 anos é bem menos que isso

 apenas não queria ter que trabalhar a vida inteira

 e ter uma morte deplorável

 sem ser lembrado pelos feitos que eu tive em vida

 eu só queria uma casa mais fácil de limpar

 e saúde que eu pudesse destruir por mais um tempo 

foda-se!

sábado, 20 de novembro de 2021

Capital

 Vi uma matéria alguns minutos atrás

um tanto quanto assustadora e reveladora sobre a verdade de um um país

 a matéria dizia que duas brasileiras que moram na Itália

 conseguiram comprar uma casa por 1 euro

 por volta de r$ 6,20

 uma casa

 própria

 com escritura e tudo mais

 por r$ 6

 claro que isso me soou um tanto quanto absurdo

 ao ler a matéria, entende que o governo da Itália tem proporcionado compras assim tão baratas de imóveis em regiões onde eles querem repovoar

 condicionando a compra a intenção do morador do imóvel em fazer algum negócio, loja ou restaurante para fomentar a economia local

 o país anda envelhecendo demais a população devido a inúmeros fatores

 e precisa ter uma certa Renovada o quanto antes

 detalhe: a casa fica a duas quadras do mar mediterrâneo

 é uma casa no litoral da Itália 

E vendo as fotos eu percebi que a casa obviamente precisa de inúmeros reparos

 provavelmente deve ser uma espécie de patrimônio tombado histórico

 e não deve passar de uma pequena caixa de concreto com energia elétrica e tubulação de água e esgoto

 mas convenhamos:

 um euro por uma casa própria e escriturada com toda documentação em dia

 é uma ofensa ao trabalhador brasileiro

 que já pode ser considerado privilegiado em 2021 por apenas ter o seu salário pago em dia

 se esse trabalhador possui uma renda de aproximadamente 3 salários mínimos

 provavelmente ele tem algum  financiamento de imóvel pelo maior Banco público do Brasil

 Caixa Econômica Federal

 e vai ter um financiamento que vai pagar até o fim dos seus dias na terra 

para ter um imóvel no seu nome 

e um comprovante de residência

 gostaria de saber exatamente que ponto da história da humanidade capitalista quem que pagar a vida inteira para ter o imóvel em seu próprio nome

 o sonho da casa própria de todo brasileiro

 foi normatizado ou uma superioridade comparando com alguém que paga aluguel por toda a vida

 isso é muito revoltante

 no final das contas nós nunca somos donos de nada nesse país de merda

 eu até penso de uma maneira mais utópica

 que seu estado fosse realmente  forte

 e suprisse todas as necessidades de seus pagadores de impostos

 os quais mantém o estado funcionando com seus pagamentos e nem interruptus de impostos, taxações, tarifas e demais o  cobranças

 quando o estado não suprir essas necessidades básicas

 como segurança, saúde e educação

É óbvio que o cidadão que se preocupa com esses três pilares principais da civilização moderna

 deve procurar a maneira privada e particular de alcançar esses meios

 e isso numa sociedade oprimida pelo capital

 obviamente seria muito caro de se manter

 o que torna um privilégio para pouquíssimos cidadãos de determinado estado

 o nosso litoral por exemplo

 está sofrendo um processo de degradação

 Por que as prefeituras não investem nada em urbanização

 é isso vencer prolongando ao longo das últimas duas ou três décadas

 em que eu vivi e pude ver isso com os meus próprios olhos

 são inúmeras cidades do Litoral com praticamente todos os bairros tendo 90% de suas casas à venda porque ninguém mais se interessa em morar por lá

 temos toda uma climatização litorânea da região do mapa mundi que não é da jurisprudências da prefeitura

 mas temos ruas, tratamento de esgoto, e fiação elétrica, Segurança e Saúde Pública

 que sim, trabalhos de uma Prefeitura

 e não é nada mais feito do que o extremo básico 

Em pouquíssimo tempo todos esses municípios litorâneos estarão sendo povoados apenas por moradias irregulares 

O estado daquelas prefeituras vai quebrar

Finalmente eles terão pretexto de não poder mais investir pois não tem mais verba

 sendo que há 30 anos atrás tinham verba de sobra e de fato também não investiram Enquanto isso, a Itália promove uma liberação de moradias habitáveis por valores simbólicos para revitalizar a população de determinados locais

 essa situação se torna ainda mais revoltante quando comparada a atual comparação com o nosso litoral aqui do sul do país

 onde a especulação imobiliária Coloca os preços nas alturas

 transformando uma simples moradia no Privilégio para poucos

 um país europeu com experiências dignas para a população consegue promover uma melhor condição básica de existência

 e não é um cidadão europeu que está sendo privilegiado

 é um cidadão brasileiro que está sendo estraçalhado pela cobrança de impostos absurdas

 e nenhum respaldo do Estado por trás para suprir suas necessidades básicas

 eu duvido que alguém que tenha pensado isso não tenha ficado muito revoltado logo em seguida 

A discrepância do tratamento dos dois países com os seus próprios cidadãos está muito além da distância geográfica

 qualquer vira-lata pensaria que a resolução de seus problemas seria ir morar na Europa

 quando eu inocentemente acho que a resolução dos problemas do nosso país

 seria colocar alguém no governo que pensasse no povo

 e assim fizesse sem que o capital exprime-se uma boa parcela da população a indignidade

 e não nasci uma base sólida de cidadanista e um privilégio para pouquíssimos cidadãos

 o capital em si eu não acho errado

 eu acho errado o emprego que as pessoas têm dele

 se tornando "superiores" simplesmente pelo poder aquisitivo conseguem

 quando o estado deveria suprir as necessidades através dos impostos altíssimos que todos nós nesse país perdido no sul do mundo pagamos

 o capitalismo falhou em sua essência

 não resolveu o problema de todos

 apenas tornou os privilegiados ainda mais poderosos e distantes da grande maioria

 da maciça maioria da população do mundo

 onde 80% dos habitantes da terra lutam diariamente para sobreviver

 trabalhando para enriquecer

 os outros 20%

 o capital deveria ser do Povo que paga imposto

 não dos privilegiados que os sonegam em sua grande maioria

 e todos os habitantes da capital percebem isso muito mais interessante no seu dia a dia vendo moradores de rua

 o capital da capital não mata fome


sexta-feira, 3 de setembro de 2021

A minha pobreza

Estou lendo a biografia autorizada do João Gordo 
Livro muito bem escrito, recomendo!
Ganhei de presente se uma pessoa que conheci meio do nada mas é bem marcante nos meus últimos anos de vida
mas lendo ele, me fez repensar e relembrar muitas coisas que sentia a uns tempos atrás...
conheci o João Gordo na Mtv Brasil, anos 90
eu tinha uns 12 ou 13 anos
eu olhava o programa dele sem piscar
não perdia nenhum detalhe
cada mensão a bandas ou histórias eu estava atento 
aprendia nas entrelinhas 
mas principalmente via as pessoas da Mtv ouvindo bandas que eu gostava
vestindo roupas divertidas
joao gordo tatuado
camiseta de banda
tênis colorido
eu queria aquela vida
a vida que eu tinha era uma merda
não tinha como comprar cd pq eu era pobre demais 
as rádios só tocavam merda
a Mtv tocava coisas legais, mas era poucas vezes ao dia
minhas roupas era sempre pequenas pq eu cresci muito rápido e nunca tinham meu tamanho
uma época nem tênis eu tinha
a pobreza me afastava de uma vida que eu achava legal
talvez se eu fosse playboy de pai rico 
não daria valor a isso, como os que conheci nunca deram valor a nada
que merda
pouco depois dessa época eu só queria ir embora
lembro que eu ficava olhando a parada do bus
e só pensava em sumir desse lugar
odiava a cidade
odiava o ambiente, as pessoas, a escola
eu queria que tudo fosse diferente
a pobreza impediu muita coisa na minha vida jovem 
não que adulta não, mas hoje tô bem melhor que antes
eu falo que um encontro do eu jovem do eu atual seria legal
o eu de agora é o mais rico que o eu jovem sonharia em ser
tenho uma guitarra linda e pesada como eu sonhava em ter
uma Caloi 10
um sofá pra ver TV
camisetas de bandas, desenhos e filmes que eu gosto
tênis colorido
tatuei quase o corpo todo
a vida levou meus cabelos, mas né...
nada seria perfeito
a pobreza afasta tudo
principalmente a felicidade
e nem era tão caro
era apenas não usar camiseta branca




domingo, 1 de agosto de 2021

Forças Externas da Vanessa

Em 2015 voltei a morar um tempo provisoriamente com meus pais
Eu tinha 31 anos e recentemente a passado por uma experiência de quase-morte
Tinha uma namorada muito legal, a família dela me tratava muito bem, tudo estava indo até certo ponto muito tranquilo
Naquele período conturbado vou passar muito mais tempo na casa dela do que na casa dos meus pais
Que era na real a casa dos meus avós
Que poucas vezes na vida eu consegui dizer "essa minha casa"
Mas sempre achei aquele bairro, aquela cidade e aquele ambiente muito parte da minha existência pessoal
Sempre achei que me identificava naturalmente com muitas pessoas dali, mesmo sem nem sequer jamais ter conversado com elas
Principalmente aquelas pessoas que tu ver naturalmente na rua todos os dias
E nunca entendeu onde elas moram, Quais são os seus parentes e amigos e o que elas fazem da vida

Nesse meio do caminho todo entre tantas pessoas familiares resolvente
Me deparei com vários skolegas da época da escola
Pessoas que eu naturalmente fui me distanciando ao longo da vida
Pessoas que eu tinha visto a última vez quando tinha por volta de 15 ou 16 anos
Enquanto algumas delas já tinham 18 ou 20 anos
Porque na época da escola eu tinha uma tendência natural de ser estudioso
O que foi naturalmente sumindo do meu ser se tornando uma preguiça existencial que não tem tamanho
Então, as pessoas que eu encontrava na rua tinham mais ou menos a minha idade
Algumas dois anos mais
Algumas dois anos menos
Mas todas tinham naturalmente um pouco da minha geração pois estudamos na mesma época na escola e tivemos as mesmas lições da vida
Ao menos era isso que eu achava que se refletiria no nosso corpo físico

Então, andando pelos bairros próximos, comecei a ver alguns colegas...
Pessoas que vagavam na rua aleatoriamente a minha vontade
Eu as encontrará vá voluntariamente no dia a dia que elas tinham de rotina
Ninguém interferia na vida e ou na rotina de ninguém
Apenas os nossos caminhos se cruzavam aleatoriamente e havia uma mera troca de olhares
Aquela troca de olhares que dia mais ou menos isso:
"Acho que eu te conheço de algum lugar... ah sim, é do tempo da escola"
E nesses tantos encontros desencontradas pela vida que eu tive as mais absurdas surpresas
Aquele bonitão da escola, aquele mexidinho atleta e capitãozinho do time de futebol
Aquele mesmo que em 1998, com mais ou menos 17 anos
Enquanto eu mal tinha 14
Ele já conseguia escolher quais as meninas que ele queria andar de mão dada pelo recreio da escola e dar beijinhos
Esse mesmo aspirante a menino popular na escola no final dos anos 90
Agora já estava totalmente Calvo, com uma cicatriz no rosto que ia da testa até o queixo e ainda possuía um olho de vidro
Ou mesmo uma da vistas vazada
Mas com certeza um olho dele era totalmente branco 
Justamente ou olho do lado da cicatriz no rosto
Apenas Essa visão Depois de alguns anos
Já se tornou bastante chocante

Depois, alguns dias adiante, eu encontrei 
Aquela menina a qual eu era perdidamente apaixonado com 14 anos
Lembro seriamente que eu tinha 14 e ela tinha 16
E lembro também que esse foi o ponto crucial ao qual ela se apegou para me dar aquele fora clássico do adolescente com Paixões platônicas
Hoje em dia percebo que isso acontece naturalmente ao longo da vida
Mas na época eu não entendi o quão isso era passageiro e/ou repetitivo na vida do ser humano
Então, totalmente ao acaso da vida, cruzei com ela na rua
Ela aparecia aquela vovózinha da Warner Brothers, a pseudo dona do Piu-Piu
Sim!
Exatamente essa a visão que eu tive dela depois de alguns anos sem ter cruzado com ela pela vida
Demorei alguns minutos a me lembrar de onde eu conhecia aquele rosto que me olhava com um olhar simpático e eu fiz questão de fazer uma cara emburrada e fechada pois não tinha reconhecido
Até tive um leve arrependimento depois que lembrei a origem oficial daquele olhar
Mas como ela tinha virado o rosto para mim há mais de 20 anos atrás
Não tive remorso em fazer o mesmo na época "atual"
Depois fiquei pensando no quanto que eu poderia ter curtido com ela enquanto nós dois tínhamos a juventude toda pela frente
E encarnada em nossos corpos
Mas....
Acho que a vida segue o seu rumo natural e no final das contas
Tudo acaba dando mais ou menos certo
E estamos onde estamos porque deveríamos estar onde estamos

Mas sempre tem aquele caso especial que acaba de chocando contudo essa informação do século XXI
VANESSA
Claro que um pouco desse peso Eu descarrego no próprio nome da pessoa
Vanessa foi o nome da mãe do meu filho
Vanessa foi o nome da psicóloga a qual eu jubilei 
Pois me tratei na terapia com ela durante 10 anos
Vanessa é o nome da esposa do Deadpool nas adaptações para o cinema
E mais inúmeras outras referências que eu tenho é esse nome ao longo da minha vida 
Que eu não vou conseguir lembrar agora de cabeça e vou acabar esquecendo algo importante
Então vamos deixar por essas três que já está de muito bom tamanho


VANESSA
Foi em 2018 que eu e o Daniel
Meu grande ex amigo de longa data 
Da escola também
Estávamos aleatoriamente passeando pelo bairro e fomos comprar algumas cervejinhas naquele bar que não fecha nunca
Aguardando pacientemente na fila
Acabei olhando para dentro do bar e reencontrei visualmente com mais uma das colegas da escola que eu não via há muitos anos
Lá estava mais uma Vanessa
Entre tantos e tantas seres humanos pela terra
Vagando aleatoriamente sem jamais ter grandes planos da vida
Principalmente de reencontrar esses colegas da época longínquo da escola
Cada vez mais longe com a devido a velhice chegando
Eu a revi depois de alguns anos
Tava ela e ou então marido atendendo no bar
Meu amigo Daniel chegou a conversar com o cara
O cara demonstrou claramente lembrar da minha pessoa na época do colégio
Minha memória ofuscada pelo brilho dos excessos ao longo dos anos
Infelizmente não conseguiu lembrar dele
Mas o rosto dela estava absurdamente claro nas minhas lembranças
Eu lembrei exatamente onde ela sentava na sala de aula
Lembrei de alguns poucos trabalhos de aula que fizemos juntos 
Lembro vagamente de ser química e ou geografia
E o mais espantoso de tudo até então:
Aquela face estava estruturalmente exatamente igual como eu me lembrava!!!
Parece que tinham passados algumas dias desde a última vez que eu a vi
E já se passaram quase 20 anos
Eu fiquei quase horrorizado por ter presenciado aquela cena ao vivo
Era como se eu tivesse vendo um fantasma na minha frente
Aqueles fantasmas que ninguém lembra que existem
Pois, se eu estava vendo, deveria ter alguma lembrança rotineiras sobre aquilo
Esse seria o maior assombro da fantasmagoria
Mas não foi nada fantasmagórico e sim muito real
Era Justamente a Vanessa, minha ex colega do tempo da escola
20 anos se passaram desde e possivelmente a última vez que eu a vi ao vivo
E a face dela estava perfeitamente igual e conservada
Seria quase assustadora você não fosse muito lindo plasticamente
Seria assustador se eu não tivesse me acostumado com algumas pessoas "famosas"
Envelhecer muito pouco ao longo dos anos e estar praticamente iguais
Muitas pessoas que tentam isso e não conseguem alegam que essas pessoas famosas tem recursos financeiros para manter o visual jovial
Duvido que essa minha ex colega tem a tais acessos e tais poderes financeiros
Realmente não consegui entender como isso acontece com algumas pessoas
Ela tinha aparência de ter pouco mais de 15 anos
E segundo os meus cálculos ela tinha por volta de 35
20 anos a mais do que aparenta nem mesmo
Todo os artistas Hollywoodianos conseguem manter
Na real, acho que ninguém jamais conseguiu manter tão bem quanto ela conseguiu
Foi uma visão assustadora
E muito bonita por sinal
Ela com mais ou menos 35 anos e com uma aparência tão jovem que parcialmente inabalável
É como se todo o caos do mundo não pudesse a atingir
Eu achei isso lindo em tantas instâncias que eu nem consigo calcular agora
Mas o simples fato do visual dela estar muito intacto foi bem chocante para minha visão imadura inexperiente
Mesmo eu já tendo 35 na época 
E agora eu tenho 37
Passei novamente no mesmo bar e lá estava ela 
Igualmente intocada pelo tempo
Inabalável 
Intocável 
Vendo poeticamente aquela cena de novo
Tive a impressão que talvez ela tivesse na terra muito mais tempo do que aparentasse
Pois se ela estava há 20 anos sem modificar nada e sua face
Poderia ter envelhecido pouco mais de 5 anos nos últimos 1000
E ninguém jamais Notaria nenhuma diferença
Fiquei eu remoendo inúmeras informações
Literárias e fictícias sobre esse fato
E é claro que jamais cheguei a conclusão nenhuma
Mas fiquei abismado 
O quanto que uma Vanessa conseguiu se perpetuar jovem e bela 
Ao longo das duas décadas que se seguiram desde nosso último encontro físico
Assustador 
Enquanto isso eu...
Bom, se não estivesse bebendo jamais iria aquele bar pela segunda vez
Jamais estaria eu bebinho escrevendo esse texto
Sentado numa pedra fria algumas quilômetros adiante do bar 
Rumo a minha casa
Mas confesso que o maior desafio de todos história
Foi conseguir fazer essa esse elogio Exatamente a ela
Ao vivo e a cores
Sem parecer uma trova conquistadora fiada de sempre
Estava também o marido dela ao lado ouvindo tudo
Não me senti nem um pouco acuado pois não era uma cantada e sim um elogio sincero da situação toda
Até falei brincando 
Que ela deveria repetir o processo
Pois estava funcionando muito bem
Quando eu peguei mais uma cerveja e tomei o rumo de casa, me senti muito bem com isso
Me senti evoluído em conseguir elogiar uma mulher sem parecer uma cantada
Me sentia muito bem em poder elogiar uma mulher pela sua beleza física em frente ao marido 
E não haver nenhum estresse a mais Pois todos os envolvidos entenderam que foi apenas um elogio
Fiquei feliz por mim mesmo e mais esta conquista
E naturalmente fiquei feliz por ela
Que conseguiu se manter jovialmente dela ao longo das duas décadas que separam os nossos caminhos
Talvez tenha sido o nome dela 
Tão belo 
Que tenha me cativado 

terça-feira, 27 de julho de 2021

Semeando a Morte

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Semeando a morte

 

 

 

 

 

 

 

Tratamento 2

 

Um roteiro de Hugo

Hugo Barbosa da Silva

nadal.goular@gmail.com

sem registro oficial, apenas em meu blog

https://contosdenadal.blogspot.com



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Semeando a morte”

 

 

 

1    EXT MEIO DO CAMPO VEGETAÇÃO DOS PAMPAS DIA

 

ao longo do campo anda um homem aparentando uns 40 anos, forte a passos largos, roupas rústicas da fazenda e levando consigo um saco no ombro, jogado pra trás

câmera afasta mostrando a vastidão do terreno íngreme e o personagem subindo

 

2    EXT UM CASEBRE RÚSTICO OU PEQUENO CELEIRO, LUZ DO SOL ENTRANDO ENTRE AS FRESTAS DAS LARGAS TÁBUAS

 

dentro de um casebre ou celeiro a porta abre bruscamente

RICO, o homem, nitidamente ofegante com a caminhada rápida mais o peso do saco nas costas olha ao redor

ferramentas de uma fazenda comum, pás, foices, martelo, etc

aparentemente ordem,  não parece tocada a alguns dias

ele sussurra sozinho:

  • ...desgraçado, achou que podia me ganhar… agora vai ver que eu uso mais o cérebro do que eles pensam...

ele deita uma tela que estava escorada na parede no chão a frente da porta

pega um machado, escora atrás da porta

espalha o conteúdo do saco que trazia por cima da tela

era uma grande mistura, pedaços de grama arrancados a mão, algumas flores e uns cogumelos de diversos tipos misturados com um pouco de terra

ele fecha a porta

olha pra ela fechada e abre uma pequena fresta

crava uma lasca de madeira no chão, entre a porta e a pilha de entulhos

fica atrás da porta

pega o machado na mão

fica em silêncio

nada acontece

a respiração dele vai voltando ao normal

ele fica observando os objetos ao redor da tela

como se planejasse algo a mais

força ele tinha de sobra, queria treinar a astúcia

fica ali parado só olhando

pelas frestas das tábuas a pouca luz que entra se percebe o sol se movendo no céu e as horas passando

ele mal se moveu

sua pupila dilata

as narinas abrem

ele ouve algo

um grunhido forte e uma respiração ofegante se aproxima a passos largos

ele escora o machado no chão ao seu lado

fica mirando a pilha de entulho

o barulho da rua aumenta

aumenta

a porta abre forte, bateria pra trás

a porta é parada pela lasca de madeira cravada ao solo

entra um pequeno javali e começa a fuçar a pilha de entulho

ele olha pelas frestas pra rua e logo ouve outro se aproximando

porém bem maior

espera entrar e ficar perto do entulho

os dois porcos estão por cima da tela, revirando aquela pilha de bagunça que estava dentro do saco

ele olha para a rua novamente e vê a vegetação voltando a subir depois das pisadas fora de ordem dos dois porcos que vieram quase correndo

nada mais se aproxima

ele discretamente fecha a porta

os animais não percebem nada

ele pega o machado pela lâmina

estica o cabo e liga um interruptor

a tela abaixo dos porcos se eletrifica e eles são lentamente travados pelo choque

tremem por alguns segundos e caem deitados de lado

o javali maior nitidamente é uma fêmea com as tetas cheias de leite

o pequeno pode ser seu filho

ele pisa de leve na tela e percebe que não está mais eletrificada

desliga o interruptor

amarra os dois pelas patas de trás

passa a corda por cima de uma madeira que corta o telhado todo e os pendura de cabeça pra baixo

fura seus pescoços com uma chave de fenda para o sangue escorrer

 

3    INT OUTRO COLEIRO BEM MAIS ESPAÇOSO, ALGUMAS VACAS

 

GIULIA, uma jovem, 25 anos, tirando leite da vaca e ouvindo a história de RICO, em pé



  • ...e foi assim que eu matei a bateria do trator, mas já coloquei pra carregar.

 A menina se levanta da posição daquela vaca, recolhe o balde com pouco leite e se      direciona a próxima vaca, falando:

  • Não era mais fácil ter dado um tiro neles 2?
  • E qual graça teria fazer tudo sempre igual?

Ela para a ordenha e olha friamente para ele:

  • Tenho certeza que fez algo mais de errado fora ter deixado o trator inútil por um dia todo… como sabe que pegou todos? se tiver mais algum deles destruindo a lavoura, fez tudo isso em vão…
  • Eu pensei em tudo! Uma porcona dessas tem 6 filhotes, no máximo, pq tem 6 tetas. Achamos 3 crias dela mortas na lavoura que foi destruída, os cachorros do vizinho matou mais 2. Esse foi o último filhote da ninhada. Matei o filho e a mãe. Fim das lavouras destruídas...

a menina segue ordenhando e pergunta:

  • ...os filhotes deveriam ter um pai…
  • Era o Rocha! Ele já morreu no ano novo!
  • ...o porco do vizinho do outro lado do rio engravidou uma javali selvagem desse lado do rio??? Como isso???

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Semeando a morte

 

 

 

 

 

 

 

Tratamento 2

 

Um roteiro de Hugo

Hugo Barbosa da Silva

nadal.goular@gmail.com

sem registro oficial, apenas em meu blog

https://contosdenadal.blogspot.com



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Semeando a morte”

 

 

 

1    EXT MEIO DO CAMPO VEGETAÇÃO DOS PAMPAS DIA

 

ao longo do campo anda um homem aparentando uns 40 anos, forte a passos largos, roupas rústicas da fazenda e levando consigo um saco no ombro, jogado pra trás

câmera afasta mostrando a vastidão do terreno íngreme e o personagem subindo

 

2    EXT UM CASEBRE RÚSTICO OU PEQUENO CELEIRO, LUZ DO SOL ENTRANDO ENTRE AS FRESTAS DAS LARGAS TÁBUAS

 

dentro de um casebre ou celeiro a porta abre bruscamente

RICO, o homem, nitidamente ofegante com a caminhada rápida mais o peso do saco nas costas olha ao redor

ferramentas de uma fazenda comum, pás, foices, martelo, etc

aparentemente ordem,  não parece tocada a alguns dias

ele sussurra sozinho:

  • ...desgraçado, achou que podia me ganhar… agora vai ver que eu uso mais o cérebro do que eles pensam...

ele deita uma tela que estava escorada na parede no chão a frente da porta

pega um machado, escora atrás da porta

espalha o conteúdo do saco que trazia por cima da tela

era uma grande mistura, pedaços de grama arrancados a mão, algumas flores e uns cogumelos de diversos tipos misturados com um pouco de terra

ele fecha a porta

olha pra ela fechada e abre uma pequena fresta

crava uma lasca de madeira no chão, entre a porta e a pilha de entulhos

fica atrás da porta

pega o machado na mão

fica em silêncio

nada acontece

a respiração dele vai voltando ao normal

ele fica observando os objetos ao redor da tela

como se planejasse algo a mais

força ele tinha de sobra, queria treinar a astúcia

fica ali parado só olhando

pelas frestas das tábuas a pouca luz que entra se percebe o sol se movendo no céu e as horas passando

ele mal se moveu

sua pupila dilata

as narinas abrem

ele ouve algo

um grunhido forte e uma respiração ofegante se aproxima a passos largos

ele escora o machado no chão ao seu lado

fica mirando a pilha de entulho

o barulho da rua aumenta

aumenta

a porta abre forte, bateria pra trás

a porta é parada pela lasca de madeira cravada ao solo

entra um pequeno javali e começa a fuçar a pilha de entulho

ele olha pelas frestas pra rua e logo ouve outro se aproximando

porém bem maior

espera entrar e ficar perto do entulho

os dois porcos estão por cima da tela, revirando aquela pilha de bagunça que estava dentro do saco

ele olha para a rua novamente e vê a vegetação voltando a subir depois das pisadas fora de ordem dos dois porcos que vieram quase correndo

nada mais se aproxima

ele discretamente fecha a porta

os animais não percebem nada

ele pega o machado pela lâmina

estica o cabo e liga um interruptor

a tela abaixo dos porcos se eletrifica e eles são lentamente travados pelo choque

tremem por alguns segundos e caem deitados de lado

o javali maior nitidamente é uma fêmea com as tetas cheias de leite

o pequeno pode ser seu filho

ele pisa de leve na tela e percebe que não está mais eletrificada

desliga o interruptor

amarra os dois pelas patas de trás

passa a corda por cima de uma madeira que corta o telhado todo e os pendura de cabeça pra baixo

fura seus pescoços com uma chave de fenda para o sangue escorrer

 

3    INT OUTRO COLEIRO BEM MAIS ESPAÇOSO, ALGUMAS VACAS

 

GIULIA, uma jovem, 25 anos, tirando leite da vaca e ouvindo a história de RICO, em pé



  • ...e foi assim que eu matei a bateria do trator, mas já coloquei pra carregar.

 A menina se levanta da posição daquela vaca, recolhe o balde com pouco leite e se      direciona a próxima vaca, falando:

  • Não era mais fácil ter dado um tiro neles 2?
  • E qual graça teria fazer tudo sempre igual?

Ela para a ordenha e olha friamente para ele:

  • Tenho certeza que fez algo mais de errado fora ter deixado o trator inútil por um dia todo… como sabe que pegou todos? se tiver mais algum deles destruindo a lavoura, fez tudo isso em vão…
  • Eu pensei em tudo! Uma porcona dessas tem 6 filhotes, no máximo, pq tem 6 tetas. Achamos 3 crias dela mortas na lavoura que foi destruída, os cachorros do vizinho matou mais 2. Esse foi o último filhote da ninhada. Matei o filho e a mãe. Fim das lavouras destruídas...

a menina segue ordenhando e pergunta:

  • ...os filhotes deveriam ter um pai…
  • Era o Rocha! Ele já morreu no ano novo!
  • ...o porco do vizinho do outro lado do rio engravidou uma javali selvagem desse lado do rio??? Como isso???