Semeando a morte
Tratamento 2
Um roteiro de Hugo
Hugo Barbosa da Silva
sem registro oficial, apenas em meu
blog
https://contosdenadal.blogspot.com
“Semeando a morte”
1 EXT MEIO DO CAMPO
VEGETAÇÃO DOS PAMPAS DIA
ao longo do campo anda um homem
aparentando uns 40 anos, forte a passos largos, roupas rústicas da fazenda e
levando consigo um saco no ombro, jogado pra trás
câmera afasta mostrando a vastidão do
terreno íngreme e o personagem subindo
2 EXT UM CASEBRE RÚSTICO
OU PEQUENO CELEIRO, LUZ DO SOL ENTRANDO ENTRE AS FRESTAS DAS LARGAS TÁBUAS
dentro de um casebre ou celeiro a porta
abre bruscamente
RICO, o homem, nitidamente ofegante com
a caminhada rápida mais o peso do saco nas costas olha ao redor
ferramentas de uma fazenda comum, pás,
foices, martelo, etc
aparentemente ordem, não parece
tocada a alguns dias
ele sussurra sozinho:
- ...desgraçado, achou que podia me ganhar…
agora vai ver que eu uso mais o cérebro do que eles pensam...
ele deita uma tela que estava escorada
na parede no chão a frente da porta
pega um machado, escora atrás da porta
espalha o conteúdo do saco que trazia
por cima da tela
era uma grande mistura, pedaços de
grama arrancados a mão, algumas flores e uns cogumelos de diversos tipos
misturados com um pouco de terra
ele fecha a porta
olha pra ela fechada e abre uma pequena
fresta
crava uma lasca de madeira no chão,
entre a porta e a pilha de entulhos
fica atrás da porta
pega o machado na mão
fica em silêncio
nada acontece
a respiração dele vai voltando ao
normal
ele fica observando os objetos ao redor
da tela
como se planejasse algo a mais
força ele tinha de sobra, queria
treinar a astúcia
fica ali parado só olhando
pelas frestas das tábuas a pouca luz
que entra se percebe o sol se movendo no céu e as horas passando
ele mal se moveu
sua pupila dilata
as narinas abrem
ele ouve algo
um grunhido forte e uma respiração
ofegante se aproxima a passos largos
ele escora o machado no chão ao seu
lado
fica mirando a pilha de entulho
o barulho da rua aumenta
aumenta
a porta abre forte, bateria pra trás
a porta é parada pela lasca de madeira
cravada ao solo
entra um pequeno javali e começa a
fuçar a pilha de entulho
ele olha pelas frestas pra rua e logo
ouve outro se aproximando
porém bem maior
espera entrar e ficar perto do entulho
os dois porcos estão por cima da tela,
revirando aquela pilha de bagunça que estava dentro do saco
ele olha para a rua novamente e vê a
vegetação voltando a subir depois das pisadas fora de ordem dos dois porcos que
vieram quase correndo
nada mais se aproxima
ele discretamente fecha a porta
os animais não percebem nada
ele pega o machado pela lâmina
estica o cabo e liga um interruptor
a tela abaixo dos porcos se eletrifica
e eles são lentamente travados pelo choque
tremem por alguns segundos e caem
deitados de lado
o javali maior nitidamente é uma fêmea
com as tetas cheias de leite
o pequeno pode ser seu filho
ele pisa de leve na tela e percebe que
não está mais eletrificada
desliga o interruptor
amarra os dois pelas patas de trás
passa a corda por cima de uma madeira
que corta o telhado todo e os pendura de cabeça pra baixo
fura seus pescoços com uma chave de
fenda para o sangue escorrer
3 INT OUTRO COLEIRO BEM
MAIS ESPAÇOSO, ALGUMAS VACAS
GIULIA, uma jovem, 25 anos, tirando
leite da vaca e ouvindo a história de RICO, em pé
- ...e foi assim que eu matei a bateria do
trator, mas já coloquei pra carregar.
A menina se levanta da posição
daquela vaca, recolhe o balde com pouco leite e se
direciona a próxima vaca, falando:
- Não era mais fácil ter dado um tiro neles 2?
- E qual graça teria fazer tudo sempre igual?
Ela para a ordenha e olha friamente
para ele:
- Tenho certeza que fez algo mais de errado fora
ter deixado o trator inútil por um dia todo… como sabe que pegou todos? se
tiver mais algum deles destruindo a lavoura, fez tudo isso em vão…
- Eu pensei em tudo! Uma porcona dessas tem 6
filhotes, no máximo, pq tem 6 tetas. Achamos 3 crias dela mortas na
lavoura que foi destruída, os cachorros do vizinho matou mais 2. Esse foi
o último filhote da ninhada. Matei o filho e a mãe. Fim das lavouras
destruídas...
a menina segue ordenhando e pergunta:
- ...os filhotes deveriam ter um pai…
- Era o Rocha! Ele já morreu no ano novo!
- ...o porco do vizinho do outro lado do rio
engravidou uma javali selvagem desse lado do rio??? Como isso???
Semeando a morte
Tratamento 2
Um roteiro de Hugo
Hugo Barbosa da Silva
sem registro oficial, apenas em meu
blog
https://contosdenadal.blogspot.com
“Semeando a morte”
1 EXT MEIO DO CAMPO
VEGETAÇÃO DOS PAMPAS DIA
ao longo do campo anda um homem
aparentando uns 40 anos, forte a passos largos, roupas rústicas da fazenda e
levando consigo um saco no ombro, jogado pra trás
câmera afasta mostrando a vastidão do
terreno íngreme e o personagem subindo
2 EXT UM CASEBRE RÚSTICO
OU PEQUENO CELEIRO, LUZ DO SOL ENTRANDO ENTRE AS FRESTAS DAS LARGAS TÁBUAS
dentro de um casebre ou celeiro a porta
abre bruscamente
RICO, o homem, nitidamente ofegante com
a caminhada rápida mais o peso do saco nas costas olha ao redor
ferramentas de uma fazenda comum, pás,
foices, martelo, etc
aparentemente ordem, não parece
tocada a alguns dias
ele sussurra sozinho:
- ...desgraçado, achou que podia me ganhar…
agora vai ver que eu uso mais o cérebro do que eles pensam...
ele deita uma tela que estava escorada
na parede no chão a frente da porta
pega um machado, escora atrás da porta
espalha o conteúdo do saco que trazia
por cima da tela
era uma grande mistura, pedaços de
grama arrancados a mão, algumas flores e uns cogumelos de diversos tipos
misturados com um pouco de terra
ele fecha a porta
olha pra ela fechada e abre uma pequena
fresta
crava uma lasca de madeira no chão,
entre a porta e a pilha de entulhos
fica atrás da porta
pega o machado na mão
fica em silêncio
nada acontece
a respiração dele vai voltando ao
normal
ele fica observando os objetos ao redor
da tela
como se planejasse algo a mais
força ele tinha de sobra, queria
treinar a astúcia
fica ali parado só olhando
pelas frestas das tábuas a pouca luz
que entra se percebe o sol se movendo no céu e as horas passando
ele mal se moveu
sua pupila dilata
as narinas abrem
ele ouve algo
um grunhido forte e uma respiração
ofegante se aproxima a passos largos
ele escora o machado no chão ao seu
lado
fica mirando a pilha de entulho
o barulho da rua aumenta
aumenta
a porta abre forte, bateria pra trás
a porta é parada pela lasca de madeira
cravada ao solo
entra um pequeno javali e começa a
fuçar a pilha de entulho
ele olha pelas frestas pra rua e logo
ouve outro se aproximando
porém bem maior
espera entrar e ficar perto do entulho
os dois porcos estão por cima da tela,
revirando aquela pilha de bagunça que estava dentro do saco
ele olha para a rua novamente e vê a
vegetação voltando a subir depois das pisadas fora de ordem dos dois porcos que
vieram quase correndo
nada mais se aproxima
ele discretamente fecha a porta
os animais não percebem nada
ele pega o machado pela lâmina
estica o cabo e liga um interruptor
a tela abaixo dos porcos se eletrifica
e eles são lentamente travados pelo choque
tremem por alguns segundos e caem
deitados de lado
o javali maior nitidamente é uma fêmea
com as tetas cheias de leite
o pequeno pode ser seu filho
ele pisa de leve na tela e percebe que
não está mais eletrificada
desliga o interruptor
amarra os dois pelas patas de trás
passa a corda por cima de uma madeira
que corta o telhado todo e os pendura de cabeça pra baixo
fura seus pescoços com uma chave de
fenda para o sangue escorrer
3 INT OUTRO COLEIRO BEM
MAIS ESPAÇOSO, ALGUMAS VACAS
GIULIA, uma jovem, 25 anos, tirando
leite da vaca e ouvindo a história de RICO, em pé
- ...e foi assim que eu matei a bateria do
trator, mas já coloquei pra carregar.
A menina se levanta da posição
daquela vaca, recolhe o balde com pouco leite e se
direciona a próxima vaca, falando:
- Não era mais fácil ter dado um tiro neles 2?
- E qual graça teria fazer tudo sempre igual?
Ela para a ordenha e olha friamente
para ele:
- Tenho certeza que fez algo mais de errado fora
ter deixado o trator inútil por um dia todo… como sabe que pegou todos? se
tiver mais algum deles destruindo a lavoura, fez tudo isso em vão…
- Eu pensei em tudo! Uma porcona dessas tem 6
filhotes, no máximo, pq tem 6 tetas. Achamos 3 crias dela mortas na
lavoura que foi destruída, os cachorros do vizinho matou mais 2. Esse foi
o último filhote da ninhada. Matei o filho e a mãe. Fim das lavouras
destruídas...
a menina segue ordenhando e pergunta:
- ...os filhotes deveriam ter um pai…
- Era o Rocha! Ele já morreu no ano novo!
- ...o porco do vizinho do outro lado do rio
engravidou uma javali selvagem desse lado do rio??? Como isso???