segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

desculpas de vó


Eu era novo, tinha menos de 10 anos com certeza...
Era uma tarde fria e úmida em Gravataí, RS, cidade onde nasci e me criei,
morávamos, eu e meus país junto com meus avós maternos.
Por sermos pobres, todos os adultos trabalhavam p manter nossos corpos alimentados e nosso teto firme. Eu ficava as tardes apenas com a minha avó, era a mais velha de todos, já não tinha grande pique para manter a casa em ordem e ainda assim vender sua mão de obra p outra pessoa ou organização.e Eu estudava pela manhã e ficava as tardes me distraindo com a tv e brincando por entre as árvores frutíferas q meu avô cultivava nos fundos de nosso grande terreno.
Nesse tempo, máquinas de lavar roupas e de secá-las era um eletrodoméstico muito inacessível, então tínhamos q nos virar com o tanque, água e sabão para lavar e com o clima para secá-las ao sol.
O inverno no sul do brasil fica com o clima muito estável, estando um dia-mesmo nublado-sem chuva e do nada começar uma chuva q pode demorar alguns minutos ou alguns dias. É nesse clima duvidoso q se passa o fato...
Era uma tarde como a descrita, haviam algumas mudas penduradas pelo longo varal de vários metros de corda esticado de uma das madeiras q seguravam o teto da varanda dos fundos da casa até uma goiabeira bem ao fundo, mais ou menos no meio do longo terreno. do nada o tempo vira e começa algo entre uma garoa e uma chuva, q molhará em menos d um minuto o q o pouco sol demorou mais de um dia para secar. Eu me concentrava na tv e vi minha vó a passos largos passar pela sala e ir a rua recolher as roupas. Eu nunca ajudava, pq nessa época minha altura não era muito útil p tal ação; o máximo q eu fazia era ficar a porta com os braços estendidos e recebendo as roupas recolhidas. nada de anormal até então naquele dia;mas naquele dia minha vó havia além das roupas colocado na rua para pegar um sol ou ao menos um ar puro, o colchão onde meu vô descansava seu corpo cansado, de um aposentado q não pode deixar de trabalhar devido ao péssimo serviço social do país onde vive.
Sendo assim, seria melhor se eu ajudasse a recolocar o colchão p dentro de casa, mas com medo de atrapalhar mais do q ajudar me resumi ao minha incapacidade e apenas fiquei da porta olhando.
Foi ai q vi uma grande raiva nos olhos dela e ela gritou comigo dizendo:
"-me ajuda aqui seu merda!"
Eu fiz o q pude com meus braços gordos e preguiçosos conseguiram fazer, o q sei eu q não foi grande coisa. Depois de tudo recolhido e devidamente separado o q estava seco do q havia molhado com a chuva q durou muito pouco, minha vó voltou ao seus deveres e eu retornei a minha televisão... parecia q nada havia acontecido.
Nós nem sofá tínhamos nessa época, e eu ficava sentado a mesa em frente a tv, q ao lado da tv havia a porta q unia as duas casas. E foi por aquela porta q entrou uma grande lição na minha vida: minha vó chorando!
Eu inicialmente me assustei, pensei q ela poderia ter se machucado, mas não via nada de ferimento ai me concentrei em suas palavras, q com certeza minhas memória distorceu, mas certo q foram quase essas:
-"desculpa a vó, eu te chamei de merda, mas tu não é merda, tu é o amigo q fica com a vó todo dia....
...ta bom?"
Ela se aproximou e me segurou firmemente a mão...senti o calor da pressão de sua mão contra a minha e finalmente entendi algo q minha mãe até então não conseguira me exemplificar: A culpa.
Até então sempre q eu fazia algo de errado, minha mãe me disse para pedir desculpas, mas foi ai q eu entendi o pq disso tudo. a culpa de nos termos feito algo errado.
Ai está o sentido das desculpas, a culpa de ter feito algo de errado...
Tão humano e simples q fica difícil de explicar.
Existe maneira melhor de explicar as coisas simples do q naturalmente?

Duvido.

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