sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Casos raros (II)

Ela está prestes a trocar d emprego
Mal nas dispesas como sempre foi
Achei q podia ajudar minimamente imprimindo alguns currículos p ela dar partida na procura do novo ganha pão
Imprimi e deixei guardado comigo
Se passou uma semana e ela parece q fugia do encontro fatal q faria ela pegar os papéis e inevitavelmente me ver
Passou segunda e nada
Eu puxava papo todo dia
Ela por ocupação ou por gosto deixava eu horas sem resposta
Eu já nem me abalava mais
Quando teve um dia q ela se abriu, me surpreendendo
Disse q está cansada de pessoas do nosso meio d convívio
Pois no fim da história todos se conhecem
E eu já tinha percebido isso a tempos
Uma grande província nunca será nem uma cidade pequena
Ela deu seus motivos p isso
Eu entendi todos mas me senti mal pq ela nao percebe minha mudança; me afastando naturalmente disso
Mas óbvio q ela nao vivendo isso nao perceberia de tão longe

"....mas vai seguir agindo como todos desse meio agem
Eternos adolescentes, bermuda/camiseta, sexo em primeiro lugar, ménage, tatuagem, traição...
Bebida, sexo e som
Drogas"
Eu tentando me defender:
"E tu me vê só como isso tmbm?"
Ela seguiu:
"Isso tudo que todos desse meio gostam fazem e agem
Basicamente
Tu quer casar?
Tu quer construir algo com alguem
Sei lá
Posso tá falando merda
Mas grande parte das pessoas com quem me relacionei seja com sentimento ou só por sexo do meio metal/som
São assim
Quem tem namorada trai
Só sossegam e pensam no assunto quando algo maior acontece
Tipo um filho e tal"

Fiquei bem magoado com as palavras dela
Mas não adianta
Todos os sentimentos já nos passaram
Nenhum nos fez esquecer um ao outro
Ela com o passar d tudo e o sofrimento aprendeu a se blindar
Se isolar dos sentimentos
Queria q não o fizesse comigo
Pois eu não consigo fazer com ela
Mas no fim ela me vê como mais um
E se blinda igualmente comigo
Não tenho como culpa-la disso
Entendi onde eu estava na situação e me calei
Por volta d quarta ou quinta eu voltei a dar sinal de vida
Já encarei a frieza como natural e nem estranhei
Assumi  o manto e segui o papo
Quinta a tarde dei o último sinal
E larguei
Esqueci a idéia
Sexta pela manhã tentando ocupar minha nente com outras coisas e trabalhando em coisas q não me pediram não vi as mensagens dela chegando
Quando vi tinham alguns parágrafos
Ela se desculpando pelo gelo e tudo mais
Dizendo q sentia por isso mas seria melhor p todos
Eu já tinha me colocado onde devia
Apenas respondi q os curriculos estavam comigo
Ela podia vir pegar quando quisesse ou pudesse
Ela avisou q viria antes das 11 da manhã como ela bem sabia do meu almoço
Peguei a embalagem com todos papéis
A esperei na portaria
Ela veio
Linda como sempre
Um short curto
Uma camiseta solta e preta com o símbolo grande do morcego no peito
Sua pele branca começa a descascar do sol q pegara ao fim do verão
Seu cabelo está longo
Liso
Laranja com uma mecha grande q sai da nuca e fica bem escura, quase negra
Lindo como poucas vezes eu tinha o visto antes
Tentei me blindar igual ela fez
Fui machão
Cara amarrada, sem mostrar os dentes ou toques
Fui pisando firme ao encontro dela
Ela trazia uma sacola plástica pequena em mãos
Me disseq era presente e me entregou
"Uns bolinhos de chocolate.... só uma prova..."
A puta desgraçada conseguiu me desconcertar na primeira frase
Forcei p não derreter e mantive a pose externa mesmo querendo pular na boca dela e fazer ela desligar a defesa e se entregar p mim d novo
Não fiz nada
Apenas disse p irmos até mais adiante
Quando paramos ela agradeceu o currículo
Eu disse q não a mais perturbaria com perseguições
Sei q aquilo nao fazia parte d mim mesmo .....
Tivemos uma boa conversa sobre isso e eu entendi perfeitamente os argumentos dela assim como já tinha feito antes
No fim ela me mostrou a unhas q sempre roidas agora tinham alguns dias de crescimento
Peguei na mão dela
Era o q faltava
Aquela mão macia como uma pelúcia
Acabou de me derreter
Era o fim da parede q eu ergui por cima de mim mesmo
Segurei a mão dela docemente e puxei até a minha boca
Dei um beijo leve nela e a olhei nos olhos
Ela desviava o olhar de mim de propósito
Segurei a pose por um segundo e ela me olhou
Eu abri minha alma e movi os lábios sem som nenhum sair
Mas ela lia até meus olhos, q dirá meus lábios
"Eu te amo"
Disse a ela
Ela sabe disso
Ela q pulou em mim
Ali, na calçada e no sol me abraçou fortemente
Ela sempre teve o costume de criar despedidas em suas relações
Temi q seria uma dessas
Mas o abraço não queria soltar
Não era d despedida
Era apenas um carinho delicioso
Eu mesmo não queria q acabasse
Cheirei o pescoço dela e como sempre meu coração começava a bater errado
Fora do ritmo e se perdendo no próprio trilho
Ficamos por uns segundos
Ela me soltou e eu disse q não me importava o q acontecesse
Eu nao saberia terminar aquilo
Ela respodendeu algumas palavras
As mãos ainda não se soltavam
Ela voltou a me abraçar
Ainda mais forte e disse
"Desculpa pela frieza do abraço..."
E eu eterno palhaço q sou respondi, interrompendo ela p jamais perder a piada:
"É bom um abraço frio p refrescar nesses dias quentes..."
Ela pulou fora do abraço e desandou a rir
Eu mesmo quebrei o romantismo do momento com a piada
Apesar d ter cortado o clima do abraço eu fiz ela rir
E ela mesma agradeceu por isso
Disse q fazia dias
Eu disse q ficava feliz dela rir comigo
Ai os dois desarmados, e percebendo o momento alheio finalizamos o papo
Ganhei mais um delicioso e curto estalo dos lábios dela nos meus e ela se despediu se afastando e esticando a mão p demorar mais uns 2 segundos p soltar de mim
Eu olhei nos olhos dela
Brilhantes e quase fechados pelo sol e disse
"Nunca um fim"
Ela se foi
Eu virei de costas
Sai do campo de visão dela
Funguei forte p engolir o choro q eu nao consegui segurar
E toquei a vida

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