quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Vida de ostentação

Peguei o ônibus cheio perto do meio dia
Não é o meu normal pegar essa linha a essas horas
Mas tem sido e de novo a peguei
Sentei em um degrau p colocar os pés
Todos os acentos lotados e mais uns de pé
Normal
Periferia no sul do Brasil é sempre assim
Não me assusto com isso, o coletivo passando na hora certa já é lucro
Mas observei os olhares de todos ali
Só uma dupla conversava, acho q mãe e filho
Ela mais de trinta, ele uns dez
O resto, todos isolados
Cabisbaixos e pensativos
Com cara de quem pensava em nada, na real
Mas isolados
Sofrendo por estarem mal acomodados em um ambiente de desconhecidos
Temperatura acima do agradável
Ninguém estava ali com cada de passeio, todos com cara de compromissos que não gostavam nem um pouco
Trabalho, estudo, tudo parece ser odiado

Andei por uns 50 mins enquanto eles iam descendo até q eu desci
Caminhei uns 25 mins no sol forte a pino
Muitas coisas me vinham a cabeça vwndo a diferença de tudo
Era um bairro rico o qual eu atravessara agora
As pessoas nas ruas conversavam sem preocupar
É um dia de semana e parece q ninguém tem compromisso com nada, só com a vida
Que mudança
Ali não ostentavam, mas não se sentiam pesados em viver
No ônibus todos com cara de corredor da morte
Pq disso? Dessa disparidade de emoções visiveis?
Pessoas, cidades e nações movidas apenas pelo capital
Sem esbanjar não se vive
Sou de uma geração q as crianças sabiam q aquilo q vendiam na TV eles, nós nunca teríamos
"Brinquedos de ricos", diziam meus pais
E crescemos todos bem com isso
Sem grandes traumas psicológicos
O inverso se vê hoje em dia
Tanto em adultos q demonstram sofrimento em viver
Como em crianças q não se satisfazem com nada, e os país a entopem de brinquedos cada vez mais caros
Talvez comprando o amor com sua ausência física
Talvez calando suas agonias passadas
Não sei, só sei q não estão vivendo nada assim, só vagando na terra a espera da morte
Assim seja
Eu vou vivendo enquanto isso.
Boa tarde Nadal.

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